segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Um Pingo de Cada Vez


Um Pingo de Cada Vez



Cada um de nós, quando recebe um auxílio que traz alívio ou cura de alguma enfermidade, nada mais natural que expresse com alegria, retribuindo com palavras de agradecimento e sentimento de gratidão.

Ou quando um amigo nos ensina como podemos   economizar até 30% de nossas despesas ou algo parecido, também ficamos gratos.
Como adulto, podemos estar avaliando com mais clareza e rapidez, os prós e contras de cada benefício ou prejuízo.

Diferente com as crianças, as quais estão numa fase em que apenas recebe ou, melhor dizendo, elas estão abertas para receber, e só depois de já adultas e maduras, talvez um dia dizer… “ainda bem que desde cedo eu aprendi isto ou aquilo desta e daquela pessoa e, por causa delas, hoje eu sou assim”, sempre reportando ao passado com bons sentimentos.

É como um copo, ou uma planta no deserto; se cada um colaborar pingando nem que seja apenas uma gota de cada vez em todas as oportunidades que surgirem, ocorrerá que um dia o copo virá a estar cheio e transbordando, ou a tal planta crescida e robustecida, pronta para também estar oferecendo algo a outros.

O sentido de uma gotinha de cada vez, não podemos olhar de uma forma rígida, como se fosse só para saciar a sede ou, um presentear apenas com bens materiais senão muitos não estariam em condições de oferecer na mesma medida.

Uma simples palavra, mas que traga alívio ou promova o crescimento, pode resultar em algumas gotas a mais para o copo ou plantinha. Como exemplo, uma palavra de apoio que uma senhora de 21 anos, tendo um filho de 2 anos, destinou para uma criança de 12 anos: “Nossa, fulano de tal, que bonito você estar ajudando o seu Pai, quando o meu filho crescer, quero que ele seja igual a você” !
Uma palavra certa, no momento certo, sendo sincero para promover o bem, creio que vale muito mais que qualquer tesouro que deseje dar a uma outra pessoa.

Mas aquilo que mais poderia resultar em benefício, algo fácil e simples, e que não necessita de muitos recursos na fala ou oratória, são os nossos exemplos.

Dando exemplo aos mais novos, ou criando condições para eles acompanharem alguns adultos, estarão na verdade oferecendo algo, para aqueles que estão sedentos por aprendizado conhecimentos e as compreensões necessárias da vida.
 Um pingo de cada vez…vale a pena fazer esse esforço.


                                                                                                     Escrito por: Yoshio Nouchi

Amor e Severidade


Amor e Severidade



Hoje a palavra amor se tornou um tema exaustivamente utilizado em todas as questões, seja nas reuniões ou em algum meio de comunicação, onde deveria trazer aquela paz, alegria e harmonia; um alimento que viesse a enriquecer nossa vida interior.

Mas por quê? Pelo uso intenso desta expressão, ainda muitos convivem com ansiedade, preocupação e tristeza. Para tentar ilustrar, vamos tomar um pequeno exemplo dos produtores rurais que identificaram um grupo de gafanhotos aqui e ali. Mas ao invés de aplicar certa energia para combater aquela ameaça, por questão de dó, resolveram alimentá-los um pouco mais, e assim conforme cresciam e se multiplicavam, ainda continuavam a alimentá-los, chegando ao ponto em que depois de anos, aquele pequeno grupo se transformou numa verdadeira praga incontrolável, estendendo-se na forma de enormes nuvens  aos quatro cantos. 
Resumindo:  tornaram-se um grande pesadelo para todos, pois uns enfraqueceram e outros se fortaleceram.

Nós distorcemos tanto a palavra Amor, que hoje é empregada para apoiar as fraquezas, cedendo a falsos conceitos, e esquecem os que para atingir uma melhora, uma correção ou uma purificação do ambiente, devemos também ser rigorosos e severos. 
Verdadeiro Amor, não é aquele que só traz alegria para outros, mas sim, o que ele mais necessita para o seu próprio bem; pois o Amor e a Severidade deveriam andar sempre juntos.

Nas questões econômicas, os fazendeiros agiriam rapidamente para aplicar todos os recursos para diminuir ou eliminar o efeito dos gafanhotos, mas na questão Espiritual tem ocorrido um grande falhar de todos nós.

Todos os avisos e advertências destinadas a nós, criaturas humanas, que recebemos ao longo de milhares de anos, foram oferecidas com muito amor, mas carregadas com severidade. Devemos repensar na palavra Amor, hoje tão exaustivamente empregada, se já não foi manchada e até deturpada pela indolência espiritual, pela falsa humildade e pela vaidade.

O resultado desta distorção, se observarmos com calma, atinge hoje quase todas as famílias. E sem sairmos do foco, apenas para ilustrar, um pequeno exemplo: as Instituições Educacionais se sobrecarregam com uma preocupação extra. Este grande falhar deixou o caminho livre para o crescimento de vários aspectos negativos de nossos entes queridos. Assim, da oportunidade que nos foi concedida para peregrinar nesta Criação para o próprio desenvolvimento,  através do contínuo reconhecimento, trabalhamos para clarificar o manto mais fino ou corpo mais fino, mas acabamos nos emaranhando cada vez mais nos fios do destino desfavoráveis.

Aplicar a severidade com justiça é sinônimo de desejar o melhor ao outro, isto é o verdadeiro Amor. Sendo assim, podemos afirmar que Amor e Justiça são inseparáveis, um atua ao lado do outro.


                                                    Escrito por: Yoshio Nouchi.

Os Ensinamentos das Orcas


Os Ensinamentos das Orcas


Convido os leitores a me acompanhar em imagem em que os passageiros de um navio cruzeiro à Antártida presenciaram como um grupo de baleias orcas cercavam uma foca em uma pequena placa de gelo, onde três ou mais orcas jovens saltavam com toda a velocidade em direção a placa, formando assim ondas para derrubá-la. Repetiu-se esta cena várias vezes.
Os turistas que tudo filmavam, foram todos tomados de surpresa pela cena inesperada e inusitada das orcas. 
Após alguns instantes juntaram mais algumas orcas adultas e assim, em conjunto, arremessavam seus corpos fora da água novamente em direção à placa de gelo, formando uma onda muito maior, fazendo com que a foca deslizasse para o mar. Todos os turistas foram tomados de desespero e pânico.
Logo em seguida, a foca já ferida foi jogada de volta para a mesma placa de gelo.
Novamente, várias orcas jovens e acompanhadas das adultas fizeram a última onda, derrubando já na primeira tentativa e assim encerrando a luta na natureza.
Só depois, os turistas foram tomados de admiração, pois perceberam a sabedoria dos animais em relação aos seus próprios filhotes.
Todas as criaturas da natureza, desde os pequenos insetos, cumprem integralmente a finalidade de sua existência.
E nós, o que temos feito para conduzir naquela educação verdadeiramente saudável?
O que temos feito para fazer desabrochar todas as capacidades latentes, incentivando para atuar com vivacidade e com alegria, em todos os detalhes da vida cotidiana, e fazendo despertar também o senso de gratidão, da reciprocidade e da justiça?
 Hoje, estar vigilante e não descuidar da educação das crianças e nem da nossa atuação, é de suma importância para cada um de nós.


                                                              Escrito por: Yoshio Nouchi

Moldando-se a Argila



Moldando-se a Argila

Segue o caso de um comerciante, que tem procurado utilizar corretamente o poder da palavra, colaborando assim para moldar as macias argilas. Não contendo a curiosidade, perguntou-lhe quanto conseguia arrecadar por dia. Chegou à conclusão de que ele arrecadava um salário mínimo bruto por mês.

Depois de vários meses, o tal menino deixou de vir. E sem saber se ele mudou de bairro ou de cidade, ficou aquela pergunta até hoje:’ Por onde anda aquele menino?’”.


“Um Senhor resolveu mudar de profissão, pois pretendia recomeçar a vida abrindo um comércio de varejo, após já ter passado a vida em outras profissões.
A primeira surpresa nesta empreitada, foi a quantidade de pessoas pedindo auxílio financeiro e material que visitavam a sua loja. Procurando uma solução, resolveu colocar certas condições para ajudá-los. 
Há uns quinze anos atrás, lembrava-se de ter atendido uma criança com idade entre 8 e 9 anos, a qual disse as seguintes palavras:’ Olha, peça para sua mãe fazer algum doce ou salgado, que vocês irão ganhar muito mais. Pode trazer até mim, que comprarei com gosto’. Para surpresa deste Senhor, o menino começou a trazer alguns pacotes de doces, e ele começou a comprar com muito gosto e alegria. Por mais que o senhor desejasse ensinar algumas técnicas de abordagem e venda, esbarrava na sua tenra idade.
Quase todos os meses, ele passava para oferecer os     seus doces na loja, e um dia olhou com surpresa do outro lado da rua, onde o seu irmão, de aproximadamente 10 a 11 anos, começou a acompanhá-lo também nas vendas.
                                                                                                                                     Escrito por: Yoshio Nouchi





terça-feira, 18 de novembro de 2014

Aceitar ou Conquistar



Aceitar ou Conquistar



Perguntaram a uma adolescente se ela se lembrava de quando havia perfurado as orelhas para colocar os brincos pela primeira vez.
-Sim, eu me lembro, foi quando fomos juntos com minhas primas lá na Drogaria tal!
-E você se lembra quantos anos tinha?
Enquanto ela refletia, a mãe dela ofereceu auxílio, completando com a seguinte frase.
-Ela tinha 12 anos nesta época.
Segue um simples exemplo do nosso cotidiano, neste caso, foi aguardado um determinado tempo, para que a criança ainda inconsciente, alcançasse certa maturidade, e só após um pedido sincero e consciente, foi concedido atender.

Ela vivenciou também uma enorme pressão daqueles que gostariam que perfurasse desde tenra idade. Nas outras pessoas, observou como alguns miravam ela e seus Pais com naturalidade e serenidade, e alguns apoiando com as seguintes frases: “Como eu gostaria de ter feito isto com minha filha também!”

Proporcionar condições para que elas venham atuar cada vez mais conscientes, oferecer situações que também devam se esforçar e se prontificar, dando sentido aos pequenos detalhes, creio ser uma ferramenta para boas vivências e preparação para que um dia, possamos estar fazendo uma passagem da criatura humana consciente para uma criatura humana autoconsciente.

Aceitar é diferente de conquistar; aceitar é sinônimo de que não houve esforço e nem progresso; conquistar já diz que devemos nos esforçar para colhermos resultados.
Por isso vivenciar é sinônimo de acrescentar algo, é enriquecer um pouco mais a nossa vida interior. Seria como um ganho extra para a nossa alma.
Cada educador tem a liberdade de oferecer o que acha interessante, inclusive oferecer isto ou aquilo desde a sua tenra idade, apenas não deve se esquecer de procurar o equilíbrio e harmonia no que diz respeito a beleza interior e exterior.

                                                      

                                                                                       
                                                                           Escrito por: Yoshio Nouchi

Oferecendo amor ou falso amor



Oferecendo amor ou falso amor
No final do mês, um menino de 13 anos levou uma cesta de palito até a sala de aula para mostrar ao pessoal o que ele tinha feito.
Voltou pra casa, e disse ao pai.
- Pai, ninguém acreditou que eu fiz a cesta.
O Pai, fez uma carta a professora, e encaminhou a seguinte texto, sem desmerecer o belo trabalho de outros educadores.
“A/C professora
De manhã, antes de ir para a escola, ele dobra o seu edredom, trata os cachorros e regas uma pequena horta.
Após a volta da escola, guarda as roupas lavadas que a funcionária deixa na cama, troca o lixo e a toalha do rosto do banheiro, e se necessário o papel higiênico.
Conferir se tem sapatos do pai para ser engraxados e joga o lixo da cozida a noite.
Esta cesta de palito, eu fiz uma para mim, e o menino fez outro modelo igualzinho à ele, e pintou depois com o spray de verniz. Quando um amigo dele estava em casa, eu introduzi eles a imitarem o vaso de cristal conforme a foto, e a utilizamos para enfeitar a casa.
Quando o jardineiro vem a nossa casa quase todos os meses, ele fica responsável para podar estas duas arvores da calçada, e ajuda na carpinagem do jardim.
A algumas semanas atrás, comprei ½ carga de terra preta, descarregando na garagem.
A família toda ajudou a transportar uma parte com o carrinho de mão até os fundos da casa, mas ele sozinho, durante a semana fez umas 100 viagem.
Na folga escolar durante a semana e no sábado, ele vai ajuda todos os funcionários da loja, sendo solicitado em todos setores.
É o responsável para lavar a quadra, limpar o beiral da casa, lavar as caixa d’água que fica entre a laje e a cobertura, e trocar todas as lâmpadas da casa
Ele é o nosso pipoqueiro e fazedor de sucos.
Também ajuda a mãe, quando é solicitado para descascar o alho, fazer bolinhos de doce japoneses (moti) ou os brigadeiros.
Ele é um bom menino, e creio que será um bom exemplo quando crescer para a sociedade, da mesma forma, que sua irmã mais velha, tem as suas respectivas tarefas nesta casa.
Dentro do possível, peço a gentileza de fazer algum reconhecimento a ele”.
Escrito por: Yoshio

Ela existe ou é um conto ?


Ela existe ou é um conto ?


 Observando vários estilos de educação familiar, e sem desmerecer exemplos de outros, gostaria de enfatizar uma específica.
Como não devemos respeitar uma mãe! A qual em qualquer passeio incentiva as crianças a brincarem nos córregos, riachos e na natureza, fazendo despertar a curiosidade em cada detalhe, para cada inseto ou cada animal, e também não perdendo qualquer oportunidade para chamar com euforia, nem que seja apenas por alguns segundos de uma bela imagem na TV ou outras coisas. Sempre incentivando com palavras carinhosas, tanto os menores progressos e a qualquer tarefa realizada, conduzindo com sabedoria todos os serviços solicitados, como se as crianças estivessem brincando de como é “pegar com firmeza, para concluir logo as tarefas.
E não tem como recusar qualquer pedido de auxílio, que é expresso com tanto carinho, bondade e amor.
  
Tanto no amanhecer e anoitecer, pronunciando apenas palavras de carinho, e ao sair para ir à escola, serviço ou a passeio, desejando boa partida, e, no seu retorno, a mesma atenção. Estando sempre à frente das tarefas pesadas, dando exemplo de persistência, determinação e compromisso. Brincadeiras raras de sua infância, aquelas de muitas gerações anteriores, repassando com habilidade, para surpresa de todos.
    
Outras brincadeiras que necessitam de certa habilidade, também repassadas como se presenteasse uma joia, de tão rara e desconhecida. Curiosidades das crianças sendo pacientemente esclarecidas, e as “traquinagens” da infância, acompanhadas de longe, sem incentivar ou recriminar, deixando o livre arbítrio delas para que desenvolvam toda a sua criatividade e habilidade.        
   
Perguntas embaraçosas, respondidas com suavidade e sabedoria. Na ausência noturna da mãe, o pai confortando com brincadeiras e promovendo as maiores gargalhadas. Na adolescência, o pai iniciando a introdução de grandes responsabilidades de alguns serviços, despertando nelas confiança e autoestima. Em toda a oportunidade, a mãe contando histórias interessantes de outras pessoas, relacionadas às virtudes e aos vícios, sucesso e fracasso. E o pai no mesmo ritmo, contando histórias de seus amigos, relacionado a coragem, heroísmo, hombridade, perseverança, esforço, tudo relacionado a masculinidade.
      
Nenhuma palavra áspera ou ríspida se ouviu durante a criação de todos os seus filhos. Este exemplo de casal existe em cada um de nós, e ainda creio que cada um pode fazer muito mais, basta sabermos escolher as palavras, e as expressar com pureza e amor.
Quando digo amor, não quero dizer que só devemos ceder, deixando
livre o caminho dos falsos conceitos, e sim aplicar a severidade, se assim for necessário; também devemos saber separar a severidade da brutalidade.
Agindo assim, as crianças não têm como não deixar de honrar os Pais, e não como ocorre hoje, em que os pais exigem ser honrados.
Várias mensagens e avisos, auxílio e advertência desceram a todos os povos. Também o mandamento, a seguir, não foi destinado para as crianças, e sim aos Pais, para que eles ficassem alertas espiritualmente, e não negligenciassem a educação.
Honrai a Paternidade e a Maternidade! Honrarás Pai e Mãe!
Todos têm o mesmo sentido, só nós criaturas humanas que nos julgamos muito espertos, temos alterado este mandamento, buscando nos isentar das nossas responsabilidades. 

                                                      Escrito por: Yoshio Nouchi